domingo, 10 de março de 2013

GÊNESIS - AULA 02


GÊNESIS
AULA 02
Seminário Batista Central Leste - Ministrada no dia 03/03/2013
Prof.: Salomão Monteiro

1- A QUEDA DO HOMEM E SUAS CONSEQUÊNCIAS (GÊNESIS Cap. 3)



1.1- O Pecado da desobediência:
O ponto mais crucial na relação do homem com Deus é a mudança drástica que se precipitou pela desobediência do primeiro (3.1-24). Como o mais trágico desenvolvimento na história da raça humana, constitui um tema recorrente na Bíblia.
Enfrentada com uma serpente que falava, Eva começou a duvidar da proibição de Deus e deliberadamente desobedeceu. Por sua vez, Adão cedeu à persuasão de Eva.
Imediatamente se acharam cônscios de sua decepção e do engano produzido pela serpente e de sua desobediência a Deus. Com folhas de figueira tentaram cobrir suas vergonhas. Face a face com o Senhor Criador, todas as partes implicadas nesta transgressão foram julgadas solenemente. A serpente foi amaldiçoada por acima de todos os animais (3.14). A inimizade seria colocada como relação perpétua entre a semente da serpente, que representava mais que o réptil presente, e a semente da mulher.


1.2- A consequência do pecado:
A respeito de Adão e de Eva, o juízo de Deus tem um caráter de misericórdia, ao assegurar a definitiva vitória para o homem através da semente da mulher (3.15). Todavia, a mulher foi condenada ao sofrimento de criar seus filhos e o homem sujeito a uma terra maldita. Deus proveu peles para suas vestes, que implicava matar animais como consequência de ser homem pecador. Conscientes do conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva foram imediatamente expulsados do jardim do Éden, por medo a que comessem da árvore da vida e assim ficassem para sempre. perdido o habitat da eterna felicidade, o homem encarou as consequências da maldição, com a só promessa de um eventual consolo através da semente da mulher, que mitigaria seu destino.

2- OS PRIMEIROS FILHOS DE ADÃO (GÊNESIS Cap. 4)



2.1   O primeiro assassinato da humanidade:
Dos filhos nascidos a Adão e Eva, somente três são mencionados por seu nome, as experiências de Caim e Abel revelam a condição do homem em seu novo estado mudado.
Ambos adoravam a Deus trazendo-lhe ofertas. Enquanto que o sacrifício de um animal de Abel era admitido, a oferta de vegetais de Caim era rejeitada. Irritado por isso, Caim matou a seu irmão.
Já que tinha sido advertido por Deus, Caim adotou uma atitude de deliberada desobediência, convertendo-se assim no primeiro assassino da humanidade. Não é falto de razão chegar à conclusão de que esta mesma atitude prevaleceu quando levou sua oferta, que Deus tinha rejeitado.


2.2   Por que Deus não se agradou da oferta de Caim?
Quando Caim e Abel trouxeram suas ofertas a Deus, o sacrifício de Abel foi uma ovelha, o que significava que Abel confessou seus pecados e pediu o perdão de Deus. O sacrifício de Caim foram frutos e vegetais que produziu, o que significava seu orgulho por seu trabalho, sentindo que não precisava de perdão. Deus se agradou com a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Deus disse a Caim que se arrependesse, mas, recusou-se e ficou tão furioso que matou Abel.


2.3  As consequências do pecado que Caim cometeu:
• A mentira – Quando Deus pergunta a ele onde Abel estava; ele responde que não sabia. E fica irado com Deus. V.9
• Deus deu a Caim a oportunidade de confessar o seu pecado quando pergunta a Caim onde Abel estava. Mas Caim não confessa diante desta realidade o Senhor o sentenciou a sofrer uma maldição. Teria de viver longe de sua casa, enfrentaria trabalhos maiores e seria também condenado a vagar pela terra sem destino. (v.11,12)
• Diante do lamento de Caim, (v.14) Deus, manifesta a Sua miseri


2.4   A Mulher de Caim:
Umas das perguntas muito frequentes dos que estudam a palavra de Deus é: Se a Bíblia apresenta Caim e Abel como filhos de Adão, Quem é essa mulher que se casou com Caim? Encontramos a resposta ao analisarmos a realidade vivida pelo ser humano neste período da história. Apenas os homens eram contados na genealogia. Portanto, cremos que além de Caim e Abel, Adão e Eva tiveram também outros filhos e filhas. Pela cronologia histórica, o assassinato de Abel se deu aproximadamente uns 130 anos depois da criação. Nesse período casamentos entre irmãos ainda não havia sido proibido. Isso só veio acontecer uns 2500 anos mais tarde. (Lv. 18.6) – Chegamos então a conclusão de que caim se casou provavelmente com uma de suas irmãs.

2.5   Os descendentes de Caim:
A civilização de Caim e seus descendentes se reflete numa genealogia que sem dúvida alguma representa um muito longo período de tempo (4.17-24). O próprio Caim fundou uma cidade.
Uma sociedade urbana na antiguidade, certamente, implicava o crescimento de rebanhos e manadas de animais. As artes se desenvolveram com a invenção e produção de instrumentos musicais. Com o uso do ferro e do bronze chegou a ciência da metalurgia. Esta avançada cultura deu aparentemente ao povo um falso senso de segurança. Isto se vê numa atitude de despreocupação e fanfarronaria ostentada por Lameque, o primeiro polígamos. Teve o orgulho de utilizar armas superiores para destruir a vida. Caracteristicamente ausente, por contraste, esteve qualquer reconhecimento de Deus pela progênie de Caim.
Contudo, vemos uma civilização distante de Deus e envolvida com a violência e pecados.

3-  GENEALOGIA DA HUMANIDADE (GÊNESIS 1:5)

3.1  Sete e sua descendência:
Depois da morte de Abel e sua perda e da decepção a respeito de Caim como assassino, os primeiros pais tiveram uma nova esperança com o nascimento de Sete (4.25ss).
Foi nos dias do filho de Sete, Enos, que os homens começaram a voltar-se para Deus. Com o passar de numerosas gerações e muitos séculos, outro signo de aproximação a Deus foi exemplificado em Enoque. Esta notável figura não experimentou a morte; sua vida de piedade filial com Deus terminou com sua ascensão.
    



3.2   Quando começou realmente o culto a Deus?
PROBLEMA: De acordo com este versículo - "daí se começou a invocar o nome do Senhor" -, se depreende que, até os dias de Enos, filho do terceiro filho de Adão e Eva, Deus não era cultuado.
Contudo, bem antes desse tampo o primeiro filho de Adão, Abel, trouxe um sacrifício ao Senhor, que foi aceito (Gn:4:3-4).
SOLUÇÃO: O significado de "invocar o nome do Senhor" (em Gn 4:26) não está muito claro. E o que não está muito claro não pode ser tomado para contradizer o que está claro, a saber, que Abel cultuou a Deus antes de Enos. É possível que "invocar o nome do Senhor" seja uma referência a um
culto ao Senhor feito de forma regular, com maior solenidade, e, ou, um culto público, ou ainda uma referência à oração (cf. Rm 10:13), que não era praticada anteriormente. De qualquer forma, não há contradição alguma aqui, pois, antes desse tempo, não é dito que Abel ou algum outro "invocou o nome do Senhor" - qualquer que seja o significado dessa frase.

3.3   Como podia alguém viver mais de 900 anos?
PROBLEMA: "Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos" (Gn 5:5); Matusalém viveu "novecentos e sessenta e nove anos" (Gn 5:27); e a média da idade dos que tiveram uma vida normal foi superior a 900 anos. Contudo, a própria Bíblia reconhece que a maioria das pessoas chega até os 70 ou 80 anos, quando ocorre sua morte natural (Sl 90:10).
SOLUÇÃO: Antes de mais nada, a referência no Salmo 90 é ao tempo de Moisés (1400 a.C.) e ao tempo posterior, quando a longevidade tinha decrescido para 70 ou 80 anos para a maioria, embora o próprio Moisés tenha vivido 120 anos (Dt 34:7).
Alguns sugerem que aqueles "anos" seriam realmente apenas meses, o que reduziria 900 anos ao período normal de vida de 80 anos. Entretanto, isso não é plausível por duas razões. A primeira é que não há precedente algum no AT que tome a palavra "ano" com o sentido de "mês". A
segunda é que, como Maalaleel gerou um filho com a idade de 65 anos (Gn 5:15) e Cainã, aos 70 anos (Gn 5:12), isso significaria que eles estariam com menos de seis anos de idade ao terem filhos, o que é biologicamente impossível.
Outros sugerem que esses nomes representam linhas de famílias ou clãs que se mantiveram por gerações antes de terminarem. Entretanto, isso não faz sentido, por vários motivos. Primeiro, alguns desses nomes (como por exemplo Adão, Sete, Enoque, Noé) são de indivíduos cujas vidas foram narradas no texto (Gênesis 1-9). Segundo, linhas familiares não "geram" linhas familiares com nomes diferentes. Terceiro, linhas familiares não "morrem", como aconteceu com cada um daqueles indivíduos (cf. 5:5,8,11 etc). Quarto, a referência a ter "filhos e filhas"(5:4) não é
compatível com essa teoria de clãs.
Consequentemente, tudo indica que o melhor é considerarmos serem anos mesmo (embora fossem anos lunares de 12x30=360 dias), e isso por diversas razões:

a) Antes de mais nada, posteriormente a vida foi reduzida a 120 anos como uma punição dada por Deus (Gn 6:3).

b) Depois do dilúvio, a duração da vida foi diminuindo gradativamente dos 900 anos (Gn 5) para os 600 (Sem: Gn 11:10-11), para os 400 (Sala: Gn 11:14-15), para os 200 (Reú: Gn 11:20-21).

c) Biologicamente, não há razão por que o homem não possa ter vivido centenas de anos. Os cientistas lutam muito mais para resolver o problema do envelhecimento e da morte do que o da longevidade.

d) A Bíblia não é a única a falar de centenas de anos como idade dos antigos. Há também registros do grego antigo e das eras egípcias que fazem menção a isso.





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